Hoje vamos falar sobre um assunto campeão de dúvidas e pedidos: investimentos! Tema super importante para empreendedores de startups e empresas de base tecnológica, porque moramos em um país em que ter acesso a crédito é um pouco difícil para empresas que estão começando suas atividades. Por isso esse assunto é tão relevante para podermos viabilizar os negócios.

Para falar de investimento, precisamos explicar as faixas ou fases de investimento de uma startup:

Primeira fase:

A primeira fase é o que chamamos de 3F’s (três efes): Family, Friends and Fools! São as pessoas da sua família, amigos ou os “loucos” que acreditam no seu negócio e realizam o primeiro investimento, que geralmente vai até R$40.000,00. Muito importante essa fase de investimento, porque normalmente é o que tira uma ideia do papel.

Segunda fase:

A segunda fase é o que chamamos de Capital Semente (Seed Money): costuma variar entre 40 mil e 2 milhões de reais. Esse tipo de Capital Semente pode vir desde investimento privado, fundos especializados e até programas de incubação, aceleração e incentivo às startups.

As startups utilizam esse capital para desenvolver as suas soluções tecnológicas, desenvolver o Mínimo Produto Viável (MVP) e para compor a sua equipe, que vai trabalhar na empresa. Costuma ser o capital determinante entre aquela ideia que já está tombando e aquela que possibilita você chegar ao mercado, que é a fase de Market. Com isso você vai poder de fato colocar o seu Mínimo Produto Viável para ser testado, validado e realmente começar a atender o mercado de uma forma possível de escalar.

Terceira fase:

A partir dessa fase de Seed Money, costumamos chamar as fases de investimento de Série A, Série B e Série C. São formas daquela startup que já está no mercado e já tem seu produto validado captar dinheiro no mercado.

A diferença de letra nas fases considera o que vai ser a primeira, segunda e terceira rodadas de investimento nessas startups. Também chamamos “Série A, B, C”, de “Fase 1, 2 e 3” de captação de investimento. Os valores das faixas e das rodadas de investimento vão variar bastante de startup para startup.

Então não significa dizer que se você conseguiu um valor maior na fase de Family, Friends and Fools que aquele valor não é um investimento Family, Friends and Fools. E por assim em diante, nas outras fases de investimento também.

Então designamos os próximos investimentos que não são Seed Money como “Série A, B ou C”, ou como “Rodadas 1, 2 e 3” de investimento, e por aí vai.

As rodadas de investimento vão se repetindo até que a empresa capte o dinheiro que ela necessita, seja para aprimorar o produto que já existe, seja para lançar um produto novo ou outros empreendimentos que a startup possa querer praticar.

Sabemos que o grande trunfo que as startups e empresas de base tecnológica têm é exatamente compor uma equipe que consegue resolver um problema, então é muito comum que essas equipes desenvolvam produtos e negócios de forma contínua.

Quarta fase:

E depois desta série de investimentos, chega-se à quarta fase, chamada de IPO (Initial Public Offering, tradução de Oferta Pública Inicial): quando a empresa abre o capital dela na bolsa de valores. Esse é o objetivo de várias empresas, pois é uma forma de captação de dinheiro mais automática através do sistema de mercado de capitais.

E como nós advogados entramos nesta história? Nós traduzimos a forma de investimento para um contrato que você vai utilizar na sua startup com os seus investidores.

Antes de falarmos sobre o contrato, é importante falar de duas outras formas de financiamento de startups:

Bootstrapping (que significa o cadarço da sua bota): é quando o investidor e o empreendedor são a mesma pessoa. Ou seja, você está investindo o seu tempo e o seu capital na sua empresa. Esta ainda é a forma mais comum de fazermos um negócio acontecer. Isso porque temos que considerar que os investidores têm uma série de preocupações, e eles muitas vezes precisam ver a sua equipe já funcionando ou o seu negócio com indícios de crescimento antes de fazerem o investimento, ainda que eles sejam os familiares, amigos ou as pessoas malucas que vão confiar na sua ideia inovadora.

Crowdfunding: forma mais utilizada no exterior, mas já temos plataformas no Brasil, onde as pessoas podem fazer um investimento direto no seu negócio ou fazerem parte de um fundo que investe todo o valor que é captado numa plataforma, para poder aplicar no seu negócio ou grupo de negócios pré-cadastrados.

Voltando para os contratos, nós advogados vamos traduzir o seu investimento para um contrato. Esse documento vai trazer tanto as obrigações do seu investidor quanto as suas. Por exemplo, muitas vezes o dinheiro não vem todo de uma vez, ele vem em etapas, o contrato vai estabelecer isso corretamente. O que muda de uma etapa para outra, qual o momento de o investidor fazer o investimento, etc.

Outro ponto muito importante que precisa descrever no contrato: quais são obrigações de demonstração de como o dinheiro tem sido aplicado. Lembrando que muitas vezes o seu investidor pode ter a intenção de participar da gestão do seu negócio, mas enquanto ele ainda não é sócio, temos que regular muito bem como essa relação entre o investidor e a startup se dará.

E nas próximas fases precisamos intensificar ainda mais esse grupo de obrigações, de deveres, e, principalmente, de retorno. Essa parte é muito importante considerar. Todo investidor, quando faz investimento em um negócio qualquer, a intenção dele é, num segundo momento, desinvestir, e ter muito lucro com isso. E realmente investir em negócios inovadores, sem dúvida, é melhor exemplo que temos hoje de fazer o seu capital crescer muito.

Começamos 2020 muito bem com 11 unicórnios brasileiros, sendo que o Brasil foi o terceiro país que mais produziu unicórnios em 2019, ou seja, vocês estão no lugar correto para poder inovar e investir!

(OBS: Startups unicórnio são as empresas de tecnologia privadas avaliadas em mais de um bilhão de dólares antes de abrir seu capital em bolsas de valores, ou seja, antes de realizar o IPO que falamos acima.)

Mandem suas dúvidas e conte para nós o que mais vocês querem saber sobre assunto de investimento ou outros que te pareçam importantes no decorrer da sua atividade como empresa de base tecnológica ou startup.

Até mais!

E aí, gostou do tema de hoje?

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